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22 de out. de 2010

BULLYING – Fenômeno Comportamental

Por entender que a discussão sobre o assunto é de extrema importância no contexto atual da humanidade e para as gerações futuras, e no intuito de colaborar com o conhecimento desse fenômeno comportamental que viola e machuca fisicamente e psicologicamente o ser humano, na maioria das vezes crianças e adolescentes; relato algumas pesquisas sobre o assunto, com as respectivas fontes, e faço algumas reflexões pessoais.

Para entender a origem da palavra “Bullying”, é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.

As professoras Kátia Alessandra F. Rojas e Leonice Glossler exemplificam o bullying: apelidos como "rolha de poço", "baleia", "quatro olhos", “vara pau” entre outros, e atitudes como chutes, empurrões e puxões de cabelo. Alunos "esforçados" que geralmente sofrem represálias por parte de seus colegas em geral, não por características físicas mas também intelectuais, são comportamentos típicos de alunos em sala de aula. Brincadeiras próprias da idade? Não. São atos agressivos, intencionais e repetitivos, que ocorrem sem motivação evidente caracteriza o chamado fenômeno bullying.

Elas esclarecem, ainda, que “estudos mundiais revelam que, de 5% a 35% dos alunos estão envolvidos nesse tipo de comportamento. No Brasil, alguns estudos demonstraram que esses índices chegam a 49%”. (Fonte:
http://www.artigonal.com.br).

Este fenômeno comportamental macula a parte mais preciosa, íntima e inviolável do ser humano, o âmago da sua alma. Quando identificado o autor e a vítima, ambos precisam ser orientados. Seus responsáveis devem ser alertados e estar cientes que o agressor ou agredido precisa de cuidados especiais. É muito importante este cuidado, não se deve cobrar uma reação, intimidar ou agredir. Neste momento da descoberta da ocorrência do fenômeno bullyng é manter a calma, o diálogo e o controle. Tudo isso é imprescindível para evitar o comportamento violento.

Precisamos conhecer o assunto, entender e colaborar para que haja consciência dos males, das sequelas que esse comportamento traz no seio das famílias, pois, hoje, o bullying já chega às redes sociais da internet, com uma abrangência assustadora que merece a nossa urgente atenção.

Dra. Marlene Figueira da Silva, advogada, Professora Universitária, Funcionária Pública, Pós Graduada em Direito Administrativo Aplicado à Administração Pública.seu e-mail: marlene.figueira@terra.com.br

1 de out. de 2010

Matéria Jornal Hoje - Globo 01/10/2010

Jovem se mata depois de ter vídeo de encontro publicado na internet

Uma história de invasão de privacidade chocou os Estados Unidos. Um jovem se matou três dias depois de que imagens dele trocando carícias com um homem foram parar na internet. A divulgação do vídeo pode ter levado o universitário a se matar.


Tyler Clementi, de 18 anos, morava em um dormitório de universidade, no estado de Nova Jersey. Ele dividia o quarto com o colega Dharum Ravi, para quem pediu um pouco de privacidade. Ravi saiu, mas deixou uma webcam ligada, gravando tudo o que acontecia no quarto. As imagens gravadas mostravam Tyler beijando outro homem.

O ministério público acusa Ravi e outra estudante de jogarem as imagens na internet sem permissão. Em uma rede social, Ravi escreveu que tinha ligado a câmera para gravar o encontro.

Tyler era tímido e nunca falou com a família sobre sua orientação sexual. Ele avisou pela internet que iria se jogar de uma ponte e se matou.

Os dois estudantes envolvidos no cyberbullying podem ser punidos com cinco anos de cadeia. Promotores acreditam que a divulgação do vídeo esteja relacionada ao suicídio.


Fonte: Jornal Hoje, Rede Globo, Edição do dia 01/10/2010


31 de ago. de 2010

Dúvidas | Perguntas e respostas

"BULLYING: Mentes Perigosas nas Escolas"
*Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva

1.
O que é bullying?


Ana Beatriz: A palavra bullying ainda é pouco conhecida do grande público.
De origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil é utilizada para qualificar comportamentos
agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto meninas.
Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância significa dizer que, de forma “natural” os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas.


2. Quando este fenômeno começou a ser estudado?

Ana Beatriz: O bullying escolar ocorre desde que existe a instituição de ensino. Porém, a partir das décadas de 70-80, passou a ser objeto de estudos científicos nos países escandinavos, em função da violência existente entre estudantes e suas consequências no âmbito escolar. No final de 1982, o norte da Noruega foi palco de um acontecimento dramático, onde três crianças com idade entre 10 e 14 anos se suicidaram por terem sofrido maus-tratos pelos seus colegas de escola. Nesta época, Dan Olweus, pesquisador norueguês, iniciou grandes pesquisas que envolveram alunos de vários níveis escolares, pais e professores, e culminaram em campanhas antibulying em várias partes do mundo.


3. Quais são as formas de bullying?

Ana Beatriz: Verbal, físico e material, psicológico e moral, sexual, virtual (ciberbullying).


4. Quais são os principais problemas que uma vítima de bullying pode
enfrentar na escola e ao longo da vida?

Ana Beatriz: As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, vivências, pré-disposição genética, da forma e intensidade das agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying (em maior ou menor proporção). Muitas levarão marcas profundas provenientes das agressões para vida adulta, e necessitarão de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para a superação do problema. Os problemas mais comuns que observo em consultório são: desinteresse pela escola; problemas psicossomáticos; problemas psíquicos/comportamentais como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas pré-existentes, devido ao tempo prolongado de estresse que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podemos observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio.


5. Existe alguma forma de bullying que seja mais maléfica, ou seja, que pode provocar danos ainda maiores à vítima?

Ana Beatriz: Uma das formas mais agressivas de bullying, que ganha cada
vez mais espaços sem fronteiras é o ciberbullying ou bullying virtual. Os ataques ocorrem
através de ferramentas tecnológicas como celulares, filmadoras, máquinas fotográficas,
internet e seus recursos (e-mails, sites de relacionamentos, vídeos). Além da propagação
das difamações serem praticamente instantâneas, o efeito multiplicador do sofrimento das
vítimas é imensurável. O ciberbullying extrapola, em muito, os muros das escolas e expõe a
vítima ao escárnio público. Os praticantes dessa modalidade de perversidade também se
valem do anonimato e, sem qualquer constrangimento, atingem a vítima da forma mais vil
possível. Os traumas e consequências advindos do bullying virtual são dramáticos.


6. Qual o critério adotado pelos ofensores para a escolha da vítima?


Ana Beatriz: Os bullies (agressores) escolhem os alunos que estão em franca
desigualdade de poder, seja por uma questão socioeconômica, de idade, de porte físico ou
até porque numericamente estão desfavoráveis. Além disso, as vítimas, de forma geral, já
apresentam algo que destoa do grupo (são tímidas, introspectivas, nerds, muito magras, de
credo, raça ou orientação sexual diferentes etc.); este fato por si só já as tornam pessoas
com baixa autoestima e, portanto, são mais vulneráveis aos ofensores. Não há justificativas
plausíveis para a escolha, mas certamente os alvos são aqueles que não conseguem fazer
frente às agressões sofridas. É um ato covarde.


7. Como podemos perceber quando uma criança ou adolescente está sofrendo bullying? Qual o comportamento típico desses jovens?

Ana Beatriz: A informação sobre o comportamento de uma vítima deve incluir os diversos ambientes que ela frequenta. Nos casos de bullying é fundamental que os pais e os profissionais da escola se atentem especialmente para os seguintes sinais:
• Na Escola:
No recreio encontram-se isoladas do grupo, ou perto de alguns adultos que possam protegê-las; na sala de aula apresentam postura retraída, faltas frequentes às aulas, mostram-se comumente tristes, deprimidas ou aflitas; nos jogos ou atividades em grupo sempre são as últimas a serem escolhidas ou são excluídas; aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas escolares; e em casos mais dramáticos apresentam hematomas, arranhões, cortes, roupas danificadas ou rasgadas.
• Em Casa:
Frequentemente se queixam de dores de cabeça, enjôo, dor de estômago, tonturas, vômitos, perda de apetite, insônia. Todos esses sintomas tendem a ser mais intensos no período que antecede o horário de as vítimas entrarem na escola. Mudanças frequentes e intensas de estado de humor, com explosões repentinas de irritação ou raiva. Geralmente elas não têm amigos ou bem poucos; existe uma escassez de telefonemas, emails, torpedos, convites para festas, passeios ou viagens com o grupo escolar. Passam a gastar mais dinheiro que o habitual na cantina ou com a compra de objetos diversos com o intuito de presentear os outros. Apresentam diversas desculpas (inclusive doenças físicas) com o intuito de faltar às aulas.


8. E o contrário? O que podemos observar no comportamento de um praticante de bullying?

Ana Beatriz: Na escola os bullies (agressores) fazem brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos. Perturbam e intimidam por meio de violência física ou psicológica. Furtam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser populares na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio. No ambiente doméstico, mantém atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos familiares. São arrogantes no agir, falar e se vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de forma convincente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos
empregados domésticos.


9. Crianças que praticam bullying têm, necessariamente, traços de
psicopatia?

Ana Beatriz: Não, porém encontramos uma minoria que apresentam traços psicopáticos. Os bullies, ou seja, os agentes agressores dentro do fenômeno bullying podem ser classificados em diversos grupos:
1. Muitos se comportam assim por uma nítida falta de limites em seus processos educacionais no contexto familiar.
2. Outros carecem de um modelo de educação que seja capaz de associar a autorrealização pessoal com atitudes socialmente produtivas e solidárias. Tais agressores procuram nas ações egoístas e maldosas um meio de adquirir poder e status, e reproduzem os paradigmas domésticos na sociedade.
3. Existem ainda aqueles que vivenciam dificuldades momentâneas, como a separação dos pais, ausência de recursos financeiros, doenças crônicas ou terminais na família. A violência praticada por esses jovens é um fato novo em seu modo de agir e, portanto, passageiro.
4. E, por fim, nos deparamos com a minoria dos opressores, porém a mais perversa. Trata-se de crianças ou adolescentes que apresentam a transgressão como base estrutural de suas personalidades. Falta-lhes o sentimento essencial para o exercício do altruísmo: a empatia. Esses jovens sim apresentam traços marcantes de psicopatia, denominado transtorno da conduta, com desejos mórbidos em ver o outro sofrer.


10. O bullying existe mais nas escolas públicas ou particulares?

Ana Beatriz: O bullying existe em todas as escolas, o grande diferencial entre elas é a postura que cada uma tomará frente aos casos de bullying. Por incrível que pareça os estudos apontam para uma postura mais efetiva contra o bullying entre as escolas públicas, que já contam com uma orientação mais padronizada perante os casos (acionamento dos Conselhos Tutelares, Secretarias de Educação etc.). Já nas escolas particulares, os casos tendem a ser abafados, uma vez que eles podem representar um “aspecto negativo” na boa imagem da instituição privada de ensino.


11. O praticante de bullying é mais “pensador” ou “executor”?

Ana Beatriz: Na realidade os agressores dentro do fenômeno bullying podem se apresentar das duas formas, ou seja, como o articulador ou como o executor. Em ambos os casos eles são os agentes geradores e propagadores da violência entre os estudantes. No entanto, uma coisa e certa: o bullie “pensador” é bem mais perigoso, pois ele tende a ser maquiavélico, manipulador, dissimulador, mais indiferente. Sua grande covardia está em usar outros estudantes como “soldadinhos” executores de suas maldades, sem que precisem sujar suas mãos ou sua “imagem” perante as autoridades superiores (professores, diretores e pais).


12. O aluno vítima de bullying normalmente conta aos pais e professores o que está acontecendo?

Ana Beatriz: As vítimas de bullying se tornam reféns do jogo do poder instituído pelos agressores. Raramente elas pedem ajuda às autoridades escolares ou aos pais. Agem assim, dominadas pela falsa crença de que essa postura é capaz de evitar possíveis retaliações dos agressores e por acreditarem que, ao sofrerem sozinhos e calados, pouparão seus pais da decepção de ter um filho frágil, covarde e não popular na escola.


13. O fenômeno bullying começa em casa?

Ana Beatriz: Sim, sem dúvida. Para que os filhos possam ser mais empáticos e agir com respeito ao próximo é necessário primeiro rever o que ocorre dentro de casa. Os pais, muitas vezes, não questionam suas próprias condutas e valores, eximindo-se da responsabilidade de educadores. O exemplo dentro de casa é fundamental. O ensinamento de ética, solidariedade e altruísmo inicia ainda no berço e se estende para o âmbito escolar, onde as crianças e adolescentes passarão grande parte do seu tempo.


14. Qual o papel da escola para evitar o bullying escolar?

Ana Beatriz: A escola é corresponsável nos casos de bullying, pois é nela que
os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. É ali que os alunos deveriam aprender a conviver em grupo, respeitar as diferenças, entender o verdadeiro sentido da tolerância em seus relacionamentos interpessoais, que os norteiam para uma vida ética e responsável. Infelizmente, a instituição escolar é o cenário principal dessa tragédia endêmica, que por omissão ou conivência, facilita a sua disseminação. A direção da escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar os pais, o Conselho Tutelar, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc. Admitir que o bullying ocorre em 100% das escolas do mundo todo (públicas ou privadas) é o primeiro passo para o sucesso contra essa prática indecorosa. A boa escola não é aquela onde o bullying não ocorre, mas sim a postura proativa e eficaz que ela tem frente ao problema.


15. Qual a influência da sociedade atual neste tipo de comportamento?

Ana Beatriz: O individualismo, cultura dos tempos modernos, propiciou essa prática, onde o ter é muito mais valorizado que o ser, com distorções absurdas de valores éticos. Vivemos em tempos velozes, com grandes mudanças em todas as esferas sociais. Nesse contexto, a educação tanto no lar quanto na escola se tornou rapidamente ultrapassada, confusa, sem parâmetros ou limites. Os pais passaram a ser permissivos em excesso e os filhos cada vez mais exigentes, egocêntricos. As crianças tendem a se comportar em sociedade de acordo com os modelos domésticos. Muitos deles não se preocupam com as regras sociais, não refletem sobre a necessidade delas no convívio coletivo e sequer se preocupam com as consequências dos seus atos transgressores. Cabe à sociedade como um todo transmitir às novas gerações valores educacionais mais éticos e responsáveis. Afinal, são estes jovens que estão delineando o que a sociedade será daqui em diante. Auxiliá-los e conduzi-los na construção de uma sociedade mais justa e menos violenta, é obrigação de todos.


Livro: "BULLYING: Mentes
Perigosas nas Escolas”
Autora: Dra. Ana Beatriz Barbosa
Silva
Editora: Objetiva/Fontanar

Altas Horas - Bullying - Entrevista Ana Beatriz Silva

5 de jul. de 2010

Mãe paga pelo crime do filho

Mãe paga pelo crime do filho

A mãe de um adolescente foi condenada na ultima quarta-feira por cyberbullying praticado pelo filho, no Rio Grande do Sul, segundo o Tribunal de Justiça daquele Estado. O menor criou uma pagina na internet com a finalidade de ofender um colega de classe. Ela terá de pagar indenização por danos morais no valor de R$ 5 mil, corrigidos monetariamente. De acordo com a Justiça, a vítima entrou com uma ação de indenização na cidade de Carazinho, alegando que fotos suas foram copiadas e alteradas. Isto deu origem a um fotolog (espécie de diário de fotográfico) criado em seu nome e hospedado na página do provedor de internet Terra Networks Brasil. Na página, foram postadas mensagens levianas e ofensivas, nas quais ele era chamado de veado, filho da p. e corno. Além disso, foram feitas montagens fotográficas nas quais aparece ora com chifres, ora com o rosto ligado a um corpo de mulher. Segundo a vitima, após muita insistência e denuncias por mais de um mês, o provedor cancelou o fotolog. Mas, na sequência, ele começou a receber e-mails com conteúdo ofensivo, razão pela qual providenciou registro de ocorrência policial.

Ação obrigou provedor a revelar dono do computador
A vitima ingressou com ação cautelar para que o provedor fornecesse dados sobre a identidade do proprietário do computador de onde as mensagens foram postadas. Foi quando chegou ao nome da mãe de um colega de classe. Os fatos ocorreram enquanto a vitima ainda era adolescente e, segundo ele, foram muito prejudiciais, havendo necessidade de recorrer a auxilio psicológico. Por essas razões, sustentou que a mãe do criador da página deveria ser responsabilizada, já que as mensagens partiram de seu computador, bem como o provedor, por permitir a divulgação do fotolog. O autor da ação, hoje formado em Jornalismo, foi localizado em Carazinho, onde ainda mora e trabalha, mas não quis falar sobre o caso. A ré no processo informou que seu advogado deve recorrer da decisão. Ela considerou a condenação injusta. - Meu filho e dois amigos dele fizeram isto aos 14 anos, foi em tom de brincadeira. Para que realmente servisse de aprendizado, eles é que deveriam ter sido chamados neste processo e não eu, que fui a ultima a saber do caso. Segundo ela, em todos este anos, não foi comunicada sobre o processo em nenhum momento. - Nunca me procuraram para falar sobre o caso. Se eu soubesse antes, teria tomado providências imediatas. O resultado é ruim, como um todo, para os dois lados.




Diário Catarinense
4 de Julho de 2010

11 de jun. de 2010

10 de jun. de 2010

Bullying: quando a brincadeira perde a graça


Bullying: quando a brincadeira perde a graça

A prática já é antiga, mas o nome parece novo. O fenômeno bullying está presente no cotidiano das escolas desde muito tempo, mas atualmente sua discussão tem ocupado lugar destaque entre os educadores.

Bullying é uma palavra de origem inglesa, sem tradução para o português, mas se fosse traduzida seria algo como dar apelidos ofensivos, humilhar, bater, ameaçar, deforma constante e repelida.

Sua prática provoca grande impacto na vida de quem sofre com os bullies e merece atenção por parte de professores, dirigentes e familiares aos sinais que podem ir de tristeza inexplicada, preocupação excessiva e até resistência a ir para a escola. Tanto quem sofre o bullying quanto quem faz necessita de ajuda.

No espaço escolar, o combate a esta forma de violência é imprescindível, mas é na prevenção que as escolas e as famílias têm seu maior trunfo.

Conceitos como altruísmo, respeito às diferentes, valorização do outro, o cuidado com o próximo e a ética devem ser constantemente revitalizados e estarem presentes em todas as disciplinas e também no contexto familiar e social, onde possam ser estimulados e vivenciados.

Intensificar estes temas representam uma boa alternativa para prevenir o surgimento e o agravametno dessa prática no ambiente escolar.

Quando criamos com os alunos o compromisso de cultivar o respeito e conviver com a diferença, estamos incentivando relações pessoais mais harmoniosas e pacíficas.

Aqui no Colégio Catarinense, procuramos incentivar práticas positivas entre os alunos e iniciamos no ano de 2010 uma campanha de combate ao bullying com vistas à prevenção. Com a promoção de debates dinâmicas com as crianças e adolescentes, enfatizamos as nuances do fenômeno, informando seus malefícios e sugerindo soluções. Acreditamos que é na informação que fortalecemos a prevenção.

Como toda a comunidade educativa acaba se envolvendo, convidamos a psicóloga Denise Duque, que virá conversar com os professores sobre o tema.

Desta forma pretendemos disseminar a idéia de que o bullying pode ser evitado se todos colaborarem com a construção de uma escola humana e solidária, onde se promova a paz.


Equipe de Orientação Educacional Colégio Catarinense
Matéria Veiculada na Revista Meu Colégio Catarinense
Nº 54
Ano XIV
Maio 2010

Eventos Bullying

25 de mai. de 2010

Estudos associam o bullying a comportamento agressivo


Estudos associam o bullying a comportamento agressivo

Atos de violência física ou psicológica para humilhar ou constranger pessoas têm chamado a atenção de pesquisadores em todo o mundo

Terra

A condenação de um aluno da 7ª série de um colégio particular de Belo Horizonte, em Minas Gerais, em um caso de bullying, mostra que a Justiça brasileira está cada vez mais propensa a encarar como agressão brincadeiras de mau gosto. A família do estudante foi condenada a pagar R$ 8 mil a uma colega que recebia apelidos maldosos. Pois não é só na Justiça que os praticantes de bullying (atos de violência física ou psicológica, que humilham, constrangem ou descriminam uma pessoa) são considerados agressores. Duas pesquisas recentes associam a prática à agressividade.

Um deles, realizado pela Universidade George Mason, em Washington D.C., nos Estados Unidos, associa o comportamento dos praticantes de bullying ao dos adultos diagnosticados com fobia social. Batizado de 'The Darker Side of Social Anxiety: When Aggressive Impulsivity Prevails Over Shy Inhibition' (O Lado Escuro da Ansiedade Social: Quando Impulsividade Agressiva Prevalece sobre a Timidez). A tese dos psicólogos Todd Kashdan e Patrick E. McKnight, publicada na edição de maio da revista Current Directions in Psychological Science, é a de que a fobia social encobre na verdade um comportamento potencialmente violento que tem origem no medo. "Para pessoas com fobia social parece fazer sentido a estratégia de atacar e rejeitar os outros antes que eles tenham a chance de fazer o mesmo contra eles", disse Todd Kashdan ao jornal The New Times.

A pesquisa, que estudou o comportamento de 1.822 pessoas, aponta que um em cada cinco adultos que apresentam o problema demonstra comportamento agressivo.

Medo

O medo de ser rejeitado pelo grupo também aparece como fator motivador para o bullying numa pesquisa escocesa feita com 481 estudantes entre nove e 12 anos pela Universidade de Groningen.

Os alunos foram submetidos a um questionário por um time de sociólogos e responderam às perguntas sobre seus sentimentos em relação aos colegas de classe. Outras perguntas se referiam especificamente a episódios de agressão e pediam para identificar se já tinham sido vítimas ou praticante de bullying.

Segundo os pesquisadores, praticantes de bullying tendem a dividir os colegas entre fontes de afeição e alvos de dominação. Entre esses últimos, predominam os que já foram atacados por seus colegas. Os agressores buscam aprovação apenas de colegas do mesmo sexo e geralmente atacam quem já é atacado. O estudo também aponta que eles não se importam com a opinião das meninas. O mesmo acontece com as garotas agressoras, que não estão preocupadas com o que pensam os meninos em geral.

"Praticantes de bullying são muito estratégicos em suas ações. Buscam atenção e afeto do seu próprio grupo", disse um dos autores, René Veenstra, ao jornal The New York Times. Em grupos de ambos os sexos, crianças obesas estão entre os principais alvos das agressões, não importando raça, status social ou desempenho acadêmico.



Ailton Viel

Núcleo de Comunicação da Escola do Legislativo de SC


@viel
Florianopolis - SC

24 de mai. de 2010

Bullying desafia educadores


Bullying desafia educadores



Florianópolis, Itajaí, Joinville, Lages e Morro da Fumaça participam de ciclo de palestras do Legislativo/MP



Alexandre José Back

Tatiani Magalhães



O Programa de Combate ao Bullying Escolar, violência que muitas vezes é confundida com simples brincadeira, esteve em Florianópolis, Itajaí, Joinville, Lages e Morro da Fumaça, de 11 a 14 de maio. Promovido pela Escola do Legislativo e Ministério Público, o evento teve a primeira reunião no auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa, dia 11.

Na reunião, foi apresentada pesquisa 2009 do IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estatística), na qual 30,8% dos alunos entrevistados declararam já terem sofrido o problema, que ocorre mais nas escolas privadas (35,9%) do que nas públicas (29,5%). Derivado da Lei nº 14.651/2009, do deputado Joares Ponticelli (PP), o programa visa fomentar o debate sobre bullying escolar, ampliando o conhecimento sobre o tema e refletindo sobre maneiras de prevenir sua prática, através de uma educação para a cultura da paz.

Para Ponticelli, que já foi professor, bullying é um nome novo para um problema antigo. “Convivíamos com a prática, que não conseguíamos dimensionar a amplitude. Hoje sabemos que pode gerar queda no rendimento escolar, depressão e até morte.” Ele citou o caso da filha

do imperador do Japão, que aos nove anos de idade deixou de frequentar a escola por depressão decorrente da perseguição sofrida pelos colegas de escola. Para o deputado, que também é presidente da Escola do Legislativo, a grande virtude do programa é ampliar o debate sobre o problema. “Atualmente, mais de 50 municípios do estado já estão debatendo e apresentando projetos referentes ao bullying, prática que é um dos nascedouros da violência na sociedade.”

Cléo Fante, vice-presidente do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre Bullying Escolar e autora de dois livros sobre o assunto, destacou que há a necessidade de diferenciar o bullying de outras formas de violência. “No bullying há a intenção de causar danos, com

desequilíbrio de poder e ausência de motivos, com prejuízos para a educação e saúde. Somente entendendo o problema, que é bastante distinto, poderemos atacar suas fontes”, explica. Segundo a educadora, recente no Brasil, o estudo do bullying há muito vem sendo realizado em outros países, como a Suécia, que há 40 anos desenvolve trabalhos na área. A violência, segundo Cléo, que pode manifestar-se em crianças já a partir dos três anos, deve ser vista como uma preocupação constante por parte dos governos.

Priscila Linhares, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do Ministério Público Estadual, afirmou que o órgão constatou que muitos casos escolares que poderiam ser resolvidos na própria escola, estavam indo parar nas mesas dos promotores de justiça.

Visando resolver o problema, o MP associou-se ao programa, elaborando uma série de materiais didáticos, como folders, cartilhas, gibis e marcadores de páginas, destinados aos alunos, familiares e responsáveis pelas unidades escolares catarinenses. “Precisamos nos valer da campanha para passar a mensagem de que a prática do bullying não é algo saudável, mas algo sério, que tem consequências”, observou.

Univali destaca trabalho pioneiro


Univali destaca trabalho pioneiro



Alunos, educadores e gestores escolares lotaram dia 12 o auditório da Univali, em Itajaí, para discutir o tema. O município, por intermédio da universidade, realiza um trabalho considerado pioneiro no estado, desenvolvendo pesquisas sobre a violência escolar.

Pedro Girardi, coordenador do curso de Psicologia, destacou que a pesquisa, realizada por recomendação da Secretaria da Educação do município, está sendo feita com mil estudantes de 6ªs a 8ªs séries do ensino fundamental, visando diagnosticar como a violência ocorre.

“Estamos ainda na fase da coleta de dados, que deve se estender até junho. A partir dos dados obtidos vamos procurar instituir programas, como o combate ao bullying, para enfrentar esse problema.” Maria Heidemann, secretária municipal da Educação, afirmou que primeiro é preciso conhecer o problema por meio dos dados obtidos com a pesquisa. Isso possibilitará a implantação de políticas públicas mais eficientes para coibir a violência escolar.

Joinville pretende criar equipe multidisciplinar



Joinville pretende criar equipe multidisciplinar

Em Joinville, dia 12, profissionais da educação trocaram experiências de como implementar formas de prevenção ao comportamento. Iara Andrade Costa, secretária de Educação de Joinville, vê no programa uma forma de complementar os trabalhos já desenvolvidos nas escolas do município, como o “Linguagem da Não Violência”, que começou como projeto de extensão da Univille, visando orientar para educar.

“Acreditamos que a prevenção deve começar pela linguagem, pois esse é o principal meio por qual se propaga a violência.” Iara, que também é professora de História, afirmou que, por ter participado da rotina diária de uma escola, sabe que seu ambiente é permeado por ela. “Ainda não temos dados para quantificar o nível de violência que há nas escolas do município, mas acredito que, como cidade mais populosa do estado, deverá apresentar níveis igualmente altos”.

Segundo a secretária, já há uma equipe, formada por pedagogos e psicólogos sendo capacitada para combater o bullying, devendo utilizar o material didático desenvolvido pelo Ministério Público para isso.

Cléo Fante, vice-presidente do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre Bullying

Escolar (Cemeobes) e principal palestrante do evento atribui a boa aceitação do programa à necessidade que a comunidade escolar apresenta em se instruir sobre o tema. “Quero parabenizar o Ministério Público, parceiro na implantação do programa, as secretarias municipais, bem como as escolas catarinenses, pela forma com que tem se mostrado interessados em discutir e resolver o problema”. A educadora instigou aos educadores e gestores em educação presentes a levantar dados sobre a violência escolar em Joinville e formar equipes multidisciplinares.

Região Serrana


Região Serrana

Em Lages o debate aconteceu no dia 13, com cerca de 500 pessoas. Alunos, educadores, gestores escolares e autoridades mostraram-se determinadas em acabar com esse tipo de violência. A secretária de Educação de Lages, Sirlei da Silva Rodrigues, ressaltou que o município vem trabalhando em conjunto com os educadores para resgatar os valores de uma escola feita para educar dentro de um ambiente de paz e ética.

Na oportunidade, Romeu Rodrigo da Costa Silva (DEM), presidente da Escola do Legislativo de Lages, disse que os encontros promovidos pela Assembleia Legislativa para abordar o tema estão mobilizando o estado, fazendo com que cada escola invista nas equipes multidisciplinares e adote a campanha como mecanismo de informação e aprendizado.

O prefeito de Lages, Renato Nunes de Oliveira (PP) demonstrou preocupação com o assunto que, segundo ele, vem crescendo no mundo e atingindo cada vez mais as crianças e os jovens.

Morro da Fumaça


Morro da Fumaça



No dia 14 foi a vez da comunidade de Morro da Fumaça discutir formas de prevenção ao bullying escolar. Na condição de palestrante, Marlos Gonçalves Terêncio, psicólogo do Centro Operacional de Apoio à Infância e à Juventude, do Ministério Público Estadual (MPE) falou que Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada em 2009 pelo IBGE, em escolas públicas e privadas de todas as capitais brasileiras revelou que os alunos de escolas privadas são os que mais sofrem esse tipo de violência: 35,5% do total. Os estudantes da rede pública representam 29,5%.


Ailton viel
Florianópolis - SC

21 de mai. de 2010

AS MELHORES COISA DO MUNDO

AS MELHORES COISA DO MUNDO – Filme de Laís Bodanzky, aborda fortemente o tema Bullying escolar. Conta a história de uma família de classe média, que enfrenta os dilemas da vida em sociedade. Os irmãos Mano (interpretado pelo ator Francisco Migues) e Pedro (vivido por Fiuk), enfrentam o preconceito de seus colegas de escola e vivem o Bullying e o ciberbullying, assim como outros colegas também foram vítimas e autores de Bullying. A garota bonita da escola tem suas fotos divulgadas na internet, fofocas e intrigas imperam no dia a dia dos adolescentes. No filme, Mano sofre inclusive a violência física, após a divulgação na internet de que o seu pai virou gay e deixou a família para viver outro homem. Pedro, por sua vez, desenvolve uma depressão mórbida e tenta o suicídio, que graças a manifestação de seus sentimentos nas poesias publicadas na internet, é socorrido pelo irmão. O filme demonstra a realidade mórbida do Bullying trabalhando o tema em sua mais profunda essência, o sofrimento da vítima e a futilidade e imaturidade do autor do Bullying. Vale a pena conferir

Bullying não tem graça!


Conteúdo Diário Catarinense: kzukasc | 21/05/2010 10h10min

Bullying não tem graça!

Sabe aquele seu colega que fica isolado no recreio? Ele pode estar precisando de ajuda!

Sabe aquele seu colega que fica isolado durante o intervalo das aulas ou nem sai pro recreio? Provavelmente, ele não é só uma pessoa antissocial. Entenda por que as vítimas de bullying se afastam do convívio dos demais alunos e os motivos que levam a galera a excluir, debochar e humilhar os colegas. Tá na hora de pensar duas vezes antes de “brincar” com o outro.
A equipe Kzuka entra num colégio e vai falar com uma turminha de alunos do 2º ano. São todos bonitinhos e arrumados. A repórter explica que vai escrever sobre bullying. Todos sabem o que é. Todos sabem quem comete. Todos sabem quem sofre.
Pode falar com aquela guria de moletom branco. Todo mundo brinca com ela, faz piadinha. A gente já a deixou trancada do lado de fora da sala – comenta uma das meninas do grupo.

Sobre o motivo pelo qual fizeram isso, eles disseram, entre um risinho e outro, que “ela é esquisita”.

Mas o negócio também acontece entre o pessoal mais novo. O Kzuka ouviu três alunos da 8ª série – dois meninos e uma menina. Eles tiveram autocrítica e reconheceram os erros:
A gente excluía e ofendia os alunos que chegavam. Quando um faz, o resto vai na onda. Quando você tá fazendo, não percebe, não acha errado, faz tudo de forma inconsciente – reconhece a garota.
Ela conta que os xingamentos podem ser os próprios defeitos que o autor não vê em si mesmo e projeta no colega.
Sabemos que algumas pessoas vão lembrar disso a vida toda! Hoje, a gente vê que as pessoas eram legais, mas não dávamos oportunidade de conhecê-las antes – afirma.

A palavra bullying pode até ser nova, mas a prática sempre existiu, principalmente no ambiente escolar. O termo é utilizado para descrever atos de agressão física, verbal e/ou psicológica intencionais e feitos de modo repetitivo. Só que antes tudo era encarado como “brincadeira” ou “coisa de adolescente que quer aparecer”. Seja porque virou moda, seja porque a conscientização bateu às portas das escolas, felizmente, hoje em dia o bullying está sendo combatido.

CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO
Em Santa Catarina, já existe uma lei para barrar a prática de bullying nos colégios. Mas entendendo que sozinha ela não seria suficiente, o Ministério Público Estadual começou, este ano, a campanha Bullying, isso não é Brincadeira para tentar frear o comportamento agressivo nas escolas. É um trabalho de conscientização de alunos, pais, responsáveis, professores, diretores e sociedade em geral, por meio da distribuição de material informativo – folders, cartazes, gibis, marcadores de página e vídeos – explicando o que é o bullying e as consequências que ele pode provocar em suas vítimas.

A campanha conta com a parceria da Secretaria Estadual de Educação, Assembleia Legislativa, secretarias municipais e do Sindicato dos Estabelecimentos Privados de Ensino de Santa Catarina, que divulgam o material nas escolas públicas e particulares.
A necessidade desse tipo de ação é comprovada pelos números. A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada em 2009 pelo IBGE, entrevistou 60.973 estudantes da 9ª série do ensino fundamental em colégios públicos e privados de todas as capitais brasileiras e do Distrito Federal. Ao final, 30,8% dos entrevistados disseram ter sofrido alguma forma de bullying nos 30 dias anteriores ao levantamento.

Cyberbullying também é problema

Além de a violência ser praticada ao vivo, o cyberbullying é muito comum nos colégios. A galera conta que as redes sociais são usadas, com frequência, pra “destruir” a imagem dos colegas.
Falávamos muito mal de uma menina no perfil da turma que criamos no Orkut – admite uma das alunas.
Mas não só os anônimos são vítimas desse preconceito. Os astros americanos Justin Bieber e os irmãos do grupo Jonas Brothers possuem perfis com pedidos de votos para que eles troquem de sexo no Facebook. A página que pratica o cyberbullying contra Justin tem quase 400 mil fãs. Comentários contra homossexuais são maioria e vêm também das meninas, que não querem que o cantor “vire uma delas”.

Por que a galera comete bullying?
Allan Beane, especialista em prevenção e interrupção do bullying, cita alguns motivos que levam a essa prática no livro Proteja seu Filho do Bullying (editora Best Seller). O cara sentiu na pele o trauma causado pelo problema. Aos 23 anos, seu filho, Curtis Beane, morreu vítima de consequências do bullying, após sofrer no convívio social desde criança.
► Inveja
Mais comum entre as meninas. Aquela gata que faz sucesso com todos os caras pode ser alvo das invejosas de plantão. Também aquele aluno ou aluna inteligente, que sempre tira nota 10, pode ser excluído pelos colegas que não conseguem se sair tão bem.
► Preconceito
Fácil tirar sarro de quem é considerado diferente da maioria, né? O preconceito se une à covardia e vira bullying.
► Poder
Tem gente que gosta de se sentir poderoso e o centro das atenções, dominando ou atacando pessoas vistas como mais sensíveis ou retraídas. Horrível isso, né?
► Medo
Todo mundo tem medo de ser alvo de piadas. Então, para alguns, o ataque é a defesa. Na opinião desses, é melhor cometer bullying do que sofrer!
► Se achar superior
As pessoas, às vezes, acham ou aprendem que são melhores do que outras e que, por isso, não precisam e não devem ficar perto de “perdedores”.
► Televisão
Algumas pesquisas apontam que a violência mostrada na TV pode tornar a galerinha mais agressiva. Dessa forma, a importâcia do outro passa a ser cada vez menor.
► Vem de casa...
Quando a pessoa não tem afeto em casa ou sofre castigos físicos, ela pode querer descontar nos colegas.
Já quem sofre de bullying dá alguns sinais, como mudanças no comportamento:
>> Não quer ir mais às aulas.
>> Pede para mudar de turma.
>> Tem sintomas de angústia, como dores de cabeça ou no estômago, suor frio...
>> Começa a ter dificuldade de concentração e queda no rendimento escolar.
>> Torna-se arredio, tenso, preocupado e cansado.

Afinal, o que é a prática de bullying?
Allan Beane caracteriza o bullying como:
>> Ameaças e agressões físicas.
>> Forçar o outro a uma situação humilhante.
>> Furto, roubo, vandalismo ou destruição proposital de bens alheios.
>> Insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou humilhantes, bem como comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes.
>> Exclusão ou isolamento proposital de pessoas pela fofoca e disseminação de boatos ou de informações que sujem a sua boa imagem.
Trauma superado
Quando tava na 6ª série, tinha uma turma pequena de amigos no colégio. Me dava bem com todo mundo, até que houve uma festa de aniversário e eu não fui. Depois disso, passei a sofrer bullying de todos que estavam lá. O comportamento mudou e começaram a me colocar apelidos e até atirar coisas em mim. Me sentia humilhada, chorava muito, mas, ao mesmo tempo, não conseguia faltar porque tinha medo que falassem mal de mim. Então, nunca faltava, nem quando tava doente. No final do ano, mudei de colégio. Fiz terapia durante três anos, o que me ajudou a superar tudo isso, mas ainda assim não é fácil falar. Namorei durante dois anos e nunca contei nada disso pra ele. Sentia vergonha. Ainda hoje me sinto humilhada. É horrível!
Ana Carolina*, 15 anos

“Volta pra São Paulo, sua lésbica!”
Era isso que a Aline*, 16 anos, costumava ouvir em sala de aula. A paulistana, que é bissexual, virou alvo de bullying quando seus colegas descobriram sobre sua sexualidade. “Desde que souberam que namorei uma menina, todo mundo passou a usar isso pra me excluir, tirar sarro. É um sentimento horrível. As pessoas me olham como se eu fosse uma aberração. Preconceito mesmo. Aí, aproveitam o fato de eu ser de outro Estado para me xingar mais ainda. Virei a ‘lésbica paulista’, mesmo tendo me adaptado bem e namorado um menino do colégio. Já pensei em mudar de escola, mas não posso contar pros meus pais, que não sabem de nada. Seria muito pesado pra eles, então, é uma coisa minha.
*Os nomes foram trocados a pedido das entrevistadas
Na Telinha
Te Pego lá Fora: um estudante vai entrevistar um novo aluno pro jornal do colégio. Acontece que o cara é um brutamontes psicopata e o desafia para uma luta após a aula. A vítima tenta de tudo para evitar sua “execução” com hora marcada.
Deixe ela Entrar: num subúrbio de Estocolmo, um garoto frágil de 12 anos é constantemente abusado pelos colegas e sonha com uma vingança. Ele conhece sua vizinha, uma vampira que aparenta ter a sua idade. Os dois se envolvem e ela passa a defendê-lo dos ataques.
Meninas Malvadas: uma garota criada na selva africana só conhece uma escola aos 16 anos. Ela começa a andar com patricinhas que adoram esnobar os outros. Para se vingar, a adolescente passa a agir da mesma forma.
De repente 30: Jenna é uma garota divertida, mas impopular. Quando as coisas dão erradas em sua festa de 13 anos, ela deseja ter 30, ser bem-sucedida e ter um namorado. Quando acorda no dia seguinte, tudo é concretizado, mas ela logo percebe que, na realidade, sempre teve tudo o que quis.



@viel
Florianópolis - SC